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sábado, 31 de dezembro de 2011

Frases, só isso...

A matéria prima esta para o artesão, assim como o artesão deve estar para com ela.
Sem o segundo e ultimo o primeiro lugar não teria sentido algum.
O ouro e todas as preciosidades do mundo mineral não teriam valor algum se não houvesse o homem para vislumbrar, a cobiça e a condição para adquirir, e falta dela para apenas desejar.
O trabalho é a condição para que todos possam alcançar... Mas os vagabundos já inventaram um jeitinho de burlar...
Sou um homem sozinho, mas há muita gente comigo.
Nasci sozinho, mas logo vieram meus irmãos... Está ai uma situação que ser o primeiro, talvez, não seja tão interessante.
Desenvolvi-me solitário no ventre de mamãe, mas quanto lá fui injetado milhões de irmão seguiram comigo a grande jornada, uns competindo outros dando suporte para que eu pudesse atingir o objetivo, certamente se eu estivesse me cansado um rival ou um amigo teria completado a tarefa por mim.
A água pesa! Portanto em forma de chuva cai, mas antes porem desse processo metamorfosico experimentou o prazer de ser fumaça e em forma de nuvem flutuou pelo céu.
Eu faço coisas boas, simplesmente porque sei o quanto posso ser mau.
Gosto de rir de coisas idiotas, porque sei o quanto é amargo chorar por quem não nos dá valor.
Muitas vezes apresento-me carrancudo, só para esconder que sou apenas um menino. Outras vezes me visto de criança para disfarçar que já sou um velho.
Às vezes esqueço a data do meu aniversário na tentativa de enganar o tempo.
Eu já disse “eu te amo” de olhos abertos para testar meus sentimentos.
Eu já fingi que chorei de mentirinha para tentar conquistar um amor.
Já mandei alguém embora, desejando que ficasse.
Eu já atravessei uma rua sem olhar para os lados pra que algum carro me atropelasse.
Já passei no sinal vermelho e rezei para que nenhum guarda tivesse visto e não me multasse.
Passei dia sem comer para que outras pessoas pudessem se alimentar. Já deixei cortar a minha luz, tomei banho frio, para que quem eu amo não dormisse no escuro.
Eu me disfarço de idiota para esconder a minha inteligência.
Eu já me disfarcei de intelectual para ocultar minha falta de conhecimento.
Eu já disse a Deus que o amo, mas creio que ainda não consegui convencê-lo.
Já comi quiabo no almoço e berinjela no jantar pra não fazer feio para os anfitriões.
Se algum dia, alguém ganhar dinheiro com essas baboseiras que escrevo, talvez eu goste.
Já tomei banho de chuva...
Ainda não sai pelado caminhando pelas ruas porque me falta coragem...

Hannaell Mendes
31/12/2011 – 18h06min

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Ô, Falta do que Fazer...

Algum tempo atrás apareceu em casa uma linda gatinha, a principio pensei em colocá-la no quintal do vizinho, pois havia fortes suspeitas de que ele é quem jogara em meu quintal. Mas o animalzinho muito encantador cativou a todos e ainda de quebra enroscou num termo e caloroso abraço com Catarina, a cadelinha da casa. Então o jeito foi adotar o felino. Primeiro passo o nome, modéstia parte sou bom em criar nomes, uii! (exclamação no final de uma frase: ouvi dizer que alguém disse que significa rir da própria piada, hahaha, fds). Em homenagem a grande e talentosa escritora Clarice Lispector, admirada, estudada, pesquisada “Em Fim”, por todos por aqui, zass... Clarice esta batizada a linda gatinha. Pensa num bicho atentado, apaga, perdeu playboy... Ela é mais...
Bem mais o caso é outro toda essa enrrolação é só pra sustentar o fato de que quem conta um conto aumenta um ponto “eu” se é para aumentar aumento logo uma pagina inteira. (gargalhadas, sozinho to besta hoje).
Vamos aos fatos: Nossa amiga Juliana faz um trabalho sobre Clarice, outro dia durante uma conversa numa roda de amigos vi ela sai correndo desesperada atrás de uma barata (estranho, mulher normalmente corre de baratas), foi quando fiquei sabendo que ela esta procurando por uma barata para realizar uma pesquisa. Sem sucesso não consegui capturar o inseto.
Ontem já era noite alta estava trabalhando em casa... Hunmm... Mentira... estava jogando mesmo. Quando em um vôo rasante descaradamente pousou sobre minha mesa uma linda e envernizada barata, lembrei-me imediatamente da Jú, e zás... Capturei o inseto, depositei-o cuidadosamente em um recipiente de vidro tomei as devidas providencias para circulação de ar e deixei o pote sobre a mesa e avisei minha amiga, que ficou de passar por aqui hoje para recolher seu material de pesquisa. Hoje pela manhã ainda sonolento quando adentrei a sala, meu foco de visão sem duvidas foi a mesa, que simplesmente estava vazia... Puts... Pensei logo Dona Lena é foda... Dona Lena é a lavadeira, faxineira, passadeira, arrumadeira e incendiaria aqui de casa. Incendiaria sim, não pode ver algo inflamável que já risca o fósforo. Tendo como objetivo resguardar meus singulares bens desta simpática senhora, já fiz logo dois seguros contra incêndio. Ao tocar o pé no chão da sala, fitando a janela, pois estava tentando ver se a admirável senhora estava na área de serviços realizando alguma tarefa senti uma pontada na sola do meu pé esquerdo foi quando olhei para o chão. O pode estava aos cacos no chão um deles encravado no meu pé, claro. Não foi difícil deduzir, Clarice degustou a barata... Ou morreu de susto, pois preso a um recipiente de vidro e um gigante tentado te comer, eu me defecaria todo (eu escrevi cagaria, mas o Microsoft Word disse que ficaria mais bonitinho ou seja coerente, escrever defecaria), ou saiu voando tão logo o pote se espatifara ao chão. Certamente visto que com o barulho do vidro se quebrando Clarice deve ter se assustado e nesse ínterim se o inseto realmente é inteligente aproveitará para fugir... Será? Oh duvida cruel... Nunca saberemos de fato qual o destino da envernizada barata... Será que a historia é apenas uma metáfora, Clarice amava as baratas? Será, será, será! Será que o ocorrido aqui foi uma estratégica e planejada ação de resgate?
Estou sóbrio: Oh! Falta do que fazer, minha mãe diria, vai trabalhar menino. Estou de férias mamãe: Vai caminhar no parque então pra ver se perde um pouco dessa pança. Ai que canseira. Mais tarde mamãe...
Melhor parar por aqui... Isso vai longe...

Hannaell Mendes
27/12/2011 – 10h48min

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Simplesmente "MAÇÃ"

Enquanto gira o compasso da vida, vamos nos descobrindo gradativamente. Ainda era criança quando percebi que gostava de maçã, desde então a busca pela fruta tornou-se uma constante, mas logo descobri que a fruta era rara, não era fácil conseguir uma.
Então comer maçãs passou a ser meu mais profundo desejo. Sonhava todas as noites mordiscando uma maçã, acordava nas madrugadas de minha infância muitas vezes suando frio. Outras vezes o sono demorava a chegar, pensando em maçãs.
Sem nunca ter mordido uma, sabia qual seu sabor, seu cheiro, sem nunca ter tocado já sabia como tocá-las, como saboreá-la: tanto que quando meus lábios tocaram pela primeira vez uma maçã senti uma sensação tão maravilhosa que parecia estar flutuando, seu gosto invadirá minha boca e tomou-me por inteiro. Desde então não podia mais viver sem comer maçã, tornei-me um apreciador nato.
No compasso da vida muitas maçãs eu provei, até que um dia encontrei uma espécie raríssima, tão rara que na arvore havia apenas uma fruta, mas estava tão alto que minhas mãos não pode alcançá-la os galhos tão altos e finos não suportariam meu pesado corpo para colhê-la e por mais que insistisse seria inevitável a queda, e meu corpo envelhecido pelo compasso da vida não suportaria.
Percebi então que comer maçãs simplesmente por comê-las já não mais me satisfazia. Por varias vezes comi uma dúzia em uma só semana. Mas isso já não mais bastava, eu queria aquela, somente aquela. Mas como apanhá-la, desde então passo os dias aos pés da macieira a observá-la.
Desespero-me ao ver os insetos e aves a mordiscá-la. Hoje me sinto estranho tenho vontade de comer maçãs todos os dias, mas não tenho coragem de ir à feira tenho receio de que minha maçã desejada desprenda-se do galho e eu não esteja por perto para colhê-la ou um inseto qualquer tome posse dela.
Há sempre uma maçã ao alcance de nossas mãos, mas esta a gente não quer, eu só quero você e se não posso te ter, não interesso por outra, por mais viçosa que seja.
 
 
Hannaell Mendes
25/12/2011 – 3h50min

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Dejetos

Recostado aos barrancos da vida observo passivamente meu corpo tombado, trajando farrapos de roupas, delicadamente depositado numa cova rasa... Ainda respirando.
Meu sangue emergindo de minhas entranhas, gota a gota brotando de meus poros, cobrindo-me por inteiro como se fosse um manto.
Algumas gotas escapam e caem no solo encharcando a terra seca.
Os vermes iniciam o seu ritual, ao som de atabaques e violinos festejam... O cálice transborda com a bebida sagrada.
Cantam e dançam, celebram a inércia de meu corpo quase sem vida.
Embriago-me e morro solitário na penumbra vazia do meu quarto frio.


Hannaell Mendes
16/12/2011 - 23h08min

Rex

Meu cachorro me ama.
Ama mais ainda quando divido com ele meu almoço, meu jantar ou meu lanche.
Já tentei convence-lo dividir comigo a sua ração... Por varias vezes, insisti e ele rosnou sinalizando que era proibido, ameaçou me atacar.
Outro dia não havia ainda provado meu almoço ele fitou-me e solicitou a partilha. Coloquei meu prato no chão, ele lambeu o prato e os beiços, sacudiu o rabo e saiu.
Neste dia fiquei sem almoço e também não senti vontade de jantar, dormi no chão frio da sala abraçado com meu amado cão.

Hannaell Mendes
16/12/2011 - 22h51min

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Alice...

Como um fantasma à soleira de uma porta, desfaço-me toda vez que alguém entra ou sai. Todos me tocam, me desmontam. Refaço-me e tento: mais gente passa pela porta, meus pedaços flutuam pelo ar. La vai eu de novo me reconstruir. Procuro tocá-las, chamar atenção, mas... Nada! Ouço as conversas, falam de mim, às vezes. Tento expor minha versão dos fatos porem sou ignorado.
Vem vindo alguém... pluf, vai meus pedaços pelos ares.
Recolho rapidamente meus pedacinhos de fumaça... vem vindo Alice, ela é minha amiga, amo tanto Alice, ela também me ama, mas não assim como eu a amo. Tenho vontade de beijar Alice, aconchegá-la contra meu peito, acariciar seus cabelos, ficar horas olhando nos seus olhos, apreciando a beleza de seu rosto.
Eu queria despir Alice, tomar banho com ela e debaixo do chuveiro tocar seus seios, de leve, bem suave. Abrir a porta do boxe, sentar-me no chão ao lado do vaso sanitário e ficar vendo Alice se banhar, seus cabelos molhados, a água caindo sobre seu corpo nu, arrastando toda espuma que cobrira seu corpo, revelando toda sua angelical nudez, ali, diante de mim.
Amo muito Alice, sinto-a em toda parte, mas Alice desmonta-me toda vez que passa pela porta sem nem perceber-me ali morrendo de desejos por ela. Alice agora esta na cozinha preparando o jantar, sinto o cheiro de seu tempero. Sinto o sabor de sua pele, Alice esta praticamente nua, adora usar roupas sensuais. Enlouqueço toda vez que vejo Alice vestida assim. Desfaço-me por inteiro sem mesmo ninguém passar por mim.
Alice da atenção a todos que a procuram, é paciente, conselheira às vezes até chama a atenção. Alice, ah... Alice...  Agora estou na sala esperando Alice por a mesa do jantar... estou muito ansioso há muito tempo não faço uma refeição na companhia de Alice, não assim a Sós. Ops... Alice! Olha por onde passa desmontou-me novamente. Hunm, que cheirinho bom...
Alice! Alice! Alice...

Hannaell Mendes
08/12/2011 – 19h47min

sábado, 26 de novembro de 2011

AINDA SOMOS OS MESMOS

Em tempos não muito distantes, ancorado ao balcão de boteco um tipo matuto tomava cachaça, de súbito entra um bacuri meio barrigudinho que puxa-lhe a perna de calças, engoliu a cachaça numa talagada só e fitou a criança, que disse: Papai quero um doce, aquele ali.
- Pra que cê que doce, doce istraga us denti menino sua mãe não ti insinou isso não? Vai brinca lá fora, buteco não e luga de criança. A criança insistiu: Papai mamãe disse que muito doce istraga us denti sim, mais que um só de veiz im quando, não faiz mau, não. Em tom áspero retrucou o matuto: Já falei pra ocê sai daqui, sua mãe não sabe o que fala seu mau inducado. Da um dolorido cascudo na criança, que ao sair porta a fora com os olhos lacrimejantes cumprimenta outro tipo que acaba de chegar. Bênça padin. Correndo para fora, senta em um toco a porta do boteco soluçante a resmungar sozinho.
- Tarde cumpadre! Bebendo por conta, já intrego a coieta, né?
- Intreguei mais us homi da maquina inda não pago, to bebendo por conta de uns caraminguás que o cumpadre Círço me deu pra paga o acero que fiz pra ele lá na beira da capuera. Vim só compra uma lingüiça pra armoçar aminhã, é domingo, né?! E as galinha lá de casa tão revortada com galo, num tão botano nada. Alias, Juvena corta uns dez gomo dessa mineira ai, vô manda o meleque leva pra veia já ir ajeitano a janta, e também pra ele sai daqui, sabe comé, senão vai fica aqui me apurrinhano.
Já de posse do embrulho ralha com a criança: Vem cá muleque, leva pra sua mãe fala pra ela frita uns três desse que já, já to chegano pra come, to com uma fome de leão essa branquinha me abriu o apetite, e vê se vai dormir, quano chega lá quero te vê no ninho.
- Ô cumpade toma uma comigo, ô Juvena bota outra pra mim, passa a régua e uma aqui pro cumpadre, só que a dele é queimadinha pó passa a régua também hoje é por minha conta que tenhu sobrano.
Queimada é cachaça misturada com algum outro tipo de bebida escura, conhaque, jurubeba, fernete, etc...
A cachaça que ele estava tomando, nos valores de hoje custaria em media de cinqüenta centavos a um real, ele já tinha tomado umas três, a do compadre por volta de um a um real e cinqüenta centavos. O doce que a criança queria custaria por volta de sessenta centavos.
- Bota um tubo no picuá que vou levar pra toma aminhã.
Outro dia eu vi um cidadão em um supermercado acompanhado de uma criança de uns dez anos, no carrinho o trivial, talvez o equivalente a uma cesta básica, mais uns três pacotes de cervejas em lata e uma garrafa de vodka. A criança com um pacote de fandagos nas mãos disse: Papai compra pra mim? – Larga isso ai menino, isso faz mal, tem gordura trans. Confesso que ficar perplexo foi inevitável, é certo que a justificativa procede, mas como justifica então as três caixas de cervejas e a garrafa de vodka?
  
Hannaell Mendes
26/11/2011 – 00h35min

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

JAZ

Não sejas leviano com sigo mesmo.
Não tente me ludibriar.
Não sou subserviente o quanto pensa.
Posso parecer cego,
mas vejo e sinto tudo que acontece a minha volta.
Não sou nenhum tolo apenas vou te dar corda.
Suas ações malfazejas serão nossos segredos,
as coisas boas que fizeres eu revelarei, mas saiba,
apenas eu serei tão generoso.
E quando tiveres arrochado o laço que te envolve o pescosso,
e não tiveres mais ar para respirar,
por ti deixarei cair uma lagrima.
E em tua lapide escreverei “Aqui jaz...”
Não revelarei teus segredos,
pois minha boca é mais celada que o tumulo que te aconchegara.
Mas o tempo e vento seras contigo implacavel,
toda areia sera levantada, e sua carcaça ficara exposta,
para vergonha daqueles que te amaram.
Apenas eu continuarei te amando...
Recolherei os teus restos,
plantarei novamente em solo fertil e,
regarei com minhas lagrimas,
pelos dias que me restarem...



Hannaell Mendes
25/11/2011 – 13h50min

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO!

Um anjo negro desceu do ceu montado num cavalo de fogo e uma espada nas mãos. Desceram la na montanha numa grande esplosão, levantando extensa cortina de fumaça, causando uma enorme erosão.
Embrenharam-se na mata!
Enquanto caminhava pela floresta arrastando sua espada o anjo malvado retalhava seu coração, a espada flamejante queimava as folhagem pelo chão. O seu cavalo em chamas sugava as aguas do ribeirão...
Foi uma puta confusão...
As arvores queimaram todas, viraram carvão.
Os indios gritando, correndo pelados com suas tangas nas mãos.
Foi um sururu dos diabos, as forças armadas foram chamadas, chamaram também o bope, mas eles não puderam ajudar estavam instando uma nova UPP na favela da rocinha. A Dilma ficou puta com a situação, demitiu seis ministros acusados de corrupção (so de vinganca são todos inocentes). O sarney ficou indignado e começou a gritar – assim não pode, assim não da, po, Lula – Para de me imitar. Caramba essa porra apagou de novo, Fernandinho, Fernadinhooooo, passa os fosforos. O bicho lerdo so empata. Palmeiiiiiras, sem libertadores, o São Paulo também. E o ano que vem tem eleições para Prefeitos e “Deputados” municipais, salve gente boa, é nois mano.
Que legal, viva a arte e cultura do nosso Brasil, esse caras sabem...
Eu voto, tu votas, ..., eles... PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO!



Hannaell Mendes
17/11/2011 – 13h30min

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Apenas isso!

Não importa por qual lado vai lutar (o bem ou o mal),
as dores, os sofrimentos que causar,
as lagrimas, o sangue que jorrar,
vai manchar suas vestes, impregnar na sua pele,
inundar sua carne, invadir suas veias,
e seras condenado para sempre.
Fui recrutado por ambos os lados,
e a causa sempre foi justa,
segurei firme minha espada nas mãos.
Para promover a paz, participei da guerra,
para dar a alegria, provoquei a dor.
para salvar vidas, ceifei vidas.
Hoje a dor é so minha,
os sofrimentos são somente os meus,
as lagrimas são apenas as minhas,
o sangue, o sangue,
que corre em minhas veias,
alimenta meu corpo, não é puro,
não é so meu, esta imprignado com o sangue das dores,
dos sofrimentos, das lagrimas, o sangue das guerras.
É este sangue condenado que ainda me faz pulsar no peito,
um coração revolto e magoado,
latejando dentro de uma vida vegetil...

Hoje sou apenas isso!


Hannaell Mendes
16/11/2011 - 14h11min

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

É foda!

Certa vez enquanto João caminhava por um trilho estreito, cheio de pedras, espinhos e lama, vomitando suas angustias, recitando versos de camões, augustos dos anjos, clarice lispector e nelson rodrigues, vertendo rios de lágrima e solucos em trovoadas, ao topar com o dedo menor de seu pé esquerdo em uma pedra desequilobrou-se e caiu, apoiando uma das mãos sobre um pontiagudo espinho, bradou: - caralho!!!


Respirou fundo levantou-se, sua mão sangrava, seu dedo latejava e todo pé já havia inchado. Observou tudo calmamente e murmurou é foda, o que sera que teria dito num momento tão peculiar como este, camões, augustos dos anjos, clarice lispector ou nelson rodrigues? Olhando a sua direita percebeu um riacho que corria mansamente, aproximou-se lavou os ferimentos e observou seu sangue misturar-se as aguas cristalinas.

Em estado inanimado ali permaceu por longo tempo, observado a vida que pulsava as margens do riacho, o silencio que permitia contemplar cada ação dos habitantes daquele lugar, sem se misturar. Apenas seu sangue misturou-se as aguas e disolveu-se por inteiro. Ergueu-se de subto para partir, a três passos parou e olhou para traz, viu emergir-se das aguas figura outrora jamais vista, aparentando idade avancada cabelos longos e grizalhos, barba ao mesmo tom, corpo nu e forte, emergiu somente até a cintura, duas únicas palavras proferiu e desapareu nas aguas cristalinas do riacho, Caralho! Dirião caralho.



Hannaell Mendes
05/11/2011 – 15h32min

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Garçom, mais uma...

Uma garrafa sobre a mesa, praticamente vazia.
Rotulo Bhrama!
Um copo ainda cheio.
Na comanda dois quadradinhos com um X ao centro!
Do outro lado da avenida, Chevrolet preto estacionando...
Cútis clara...
Salto alto, meia arrastão preta, shorts jeans lavado também preto, blusa preta.
Batom exageradamente vermelho realçando os lábios.
-- Esperando por alguém?
Sim!
Quer dizer, não!
Bem na verdade sim... Éhh
Você...
Importa-se de me fazer companhia?
Ah! O lugar esta vago...
Se quiser pode sentar-se...
Bebe comigo?
Garçom mais um copo...
Mais outra...
O liquido amarelado salta da garrafa para copo.
Pequeno colarinho branco se forma...
Com licença preciso ir ao banheiro...
Demorei?
O banheiro esta alagado!
Minhas sandálias agora estão molhadas...
Poxa você nem tocou na sua bebida...
Garçom mais uma!
O liquido amarelado salta da garrafa para copo.
Pequeno colarinho branco se forma...
Novos quadradinhos com X ao centro surgem na comanda.
Minhas pernas já não respondem mais aos meus comandos...
Os quadradinhos na comanda continuam aumentando!
Chevrolet preto, Cútis clara...
Salto alto, meia arrastão, shorts jeans lavado também preto, blusa preta.
Batom exageradamente vermelho realçando os lábios.
Ignição acionada, atrito: pneus contra o asfalto, cheiro de borracha queimada...
Garçom mais uma!
O liquido amarelado salta da garrafa para copo.
Pequeno colarinho branco se forma...
Novos quadradinhos com X ao centro surgem na comanda.


Hannaell Mendes
07/09/2011 - 02h48mim

Oi!!!

Outro dia entrei em um boteco e pedi uma cerveja...
Cinco vezes para cinco garçons diferentes...
Acredito que para alguns deles mais de uma vez...
Ninguém me atendeu!
Levantei-me indignado e sai.
Chegando em casa saudei meu amor que na sala via TV.
Parece que ela não me notou!
Fui direto para o quarto deitei-me e dormi.
Levantei-me no dia seguinte eufórico...
Fiz muito barulho ao despertar!
Ninguém na casa acordou.
Desde então...
Meus amigos não me convidam mais para sair...
Mas falam de mim quando estão juntos!
No trabalho meus colegas não me ouvem mais...
Minhas idéias e sugestões são simplesmente ignoradas!
Minha filha há meses não vem me visitar, nem telefona mais.
Sexo: Já faz muito tempo...
Será que eu morri?

Hannaell Mendes
07/09/2011 - 02h18mim

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Auto-Ajuda

      Se neste momento você esta magoado, revoltado ou até mesmo vertendo lágrimas porque alguém te feriu; fisicamente, moralmente, sentimentalmente... Foda-se lá mais o que!
      Enxugue as lágrimas, engole o choro, tá frio mas tome um banho e vá ao teatro, cinema, shopping, um boteco, sei lá encontre alguma coisa pra fazer... Mas não vai encher a cara. Bom se quiser tomar um porre também problema seu, mas não vai dirigir os outros num tem nada a ver com seus problemas. Depois disso volte para casa e durma, amanha será um novo dia e máximo que você poderá fazer para sentir-se mais digno é perdoar quem te fez sofrer.
      Entenda que as pessoas são assim, quanto mais você ama menos elas te valoriza, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam.



Hannaell Mendes
04/07/2011 - 17h49min

domingo, 12 de junho de 2011

NOITE

Queria ver escapar um sorriso dos teus lábios,
tomá-la nos braços como uma criança e girar abraçados,
girar, girar até cair no solo, seja ele gramado,
pura terra seca ou molhada.
Continuar rindo e rolando no chão.
Buscando um ao outro até nos fundir em um só ser.
Beijar sua boca com gosto de grama, terra seca ou de lama.
De lábios colados deixar a água escorrer por nossos corpos
levando para o ralo toda terra, lama e os fiapos de grama.
Secar-lhe cuidadosamente, levá-la nos braços até a cama,
deitar-me ao seu lado e te fazer um carinho,
tocar seus lábios com a ponta dos dedos,
maliciosamente descansar minhas mãos sobre seus seios.
TIC-TAC!
Passei do ponto,
Meu rosto, meu corpo,
Envelheceu antes do seu!

10/06/2011 – 01h33min


A morte surda caminha ao meu lado
e eu não sei em que momento ela vai me beijar...
Só tenho uma certeza, não quero conhecê-la sem antes te amar.
Nem que seja uma única vez.
A meia luz ao som de um violino ou num silencio profundo,
apenas a sinfonia de nossos corpos a se tocarem,
demoradamente sem contar o tempo passando.

10/06/2011 – 01h45min


Não tenho praticamente nada.
Poderia não ter nada.
Na verdade não quero ter nada.
Quero apenas ser seu!

10/06/2011 – 01h49min


Mente embaralhada,
Pensamentos desorganizados.
Embriagado de sono.
Em meu quarto frio vomitando palavras,
assistindo passivamente meu coração sangrar.

10/06/2011 – 01h54min


Vez parece tão utópica a forma com que flui a vida.
Vivo rodeado de pessoas e mais das vezes percebo-me isolado.
A comunicabilidade se processa de forma tão mórbida que parece
ser apenas um amontoado de símbolos e sons sem nexos,
indecifráveis!
O vazio torna-se cada vez mais intenso.

10/06/2011 – 02h48min


Hannaell Mendes

domingo, 24 de abril de 2011

Deixa eu te dizer...

Se eu não acordar amanhã...
Se eu adormecer repentinamente quando você não estiver por perto...
Se eu não tiver aqueles cinco minutos que alguns eleitos têm,
e segurar nas tuas mãos olhar nos teus olhos,
e dizer o quanto você é importante pra mim,
e que mesmo ausente vou continuar te amando!
Faça-me um favor...
Chore o quanto quiser, mas não me peça pra ficar!
Se não quiser chorar, não chore.
Se não conseguir chorar, não se preocupe.
Se tiver vontade de rir, ria.
Se depois que eu partir alguém contar algum fato ao meu respeito,
ouça e acrescente a sua versão.
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me se sentir-se segura o bastante pra isso.
Se quiserem fazer de mim um santo, só porque morri,
mostre que eu tinha um pouco de santo,
mas estava longe de ser o santo que me pintarem.
Se quiserem fazer de mim um demônio,
mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio,
mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo.
E se tiver vontade de dizer alguma coisa a mais sobre mim, diga apenas uma frase:
- Foi meu amigo, acreditou em mim e sempre me quis ao seu lado!
Ai, então, se uma lágrima rolar deixe-a escorrer pela sua face...
Eu não estarei em condições de enxugá-la, mas não faz mal...
Outros amigos farão isso no meu lugar.
Uma vez ou outra se tiver vontade de falar comigo,
dê uma olhadinha pro céu, e reze por mim...
Pode ter certeza que se eu não estiver lá, Deus fará com que eu receba,
sua oração onde quer que esteja,
e então saberei que fui importante pra você.
E quando chegar a sua vez...
Ai sim, se formos para o mesmo lugar,
sem nenhum véu a nos separar, vamos viver juntos novamente!
Amor, Amizade, Companheirismo, só faz sentido, se trás o céu pra mais perto da gente...
Mas seu morrer antes de você, e for pro céu, acho que não vou estranhar...
Viver ao seu lado,
Contemplar seu sorriso,
poder te amar,
mesmo que em silêncio,
já é como viver num pedaçinho de céu!


Hannaell Mendes - Adaptação
12/03/2011 – 01h03min

sexta-feira, 1 de abril de 2011

DESPERCEBIDA

A primeira vez que seu olhar cruzou os meus senti algo estranho.
Disseram-me que era amor.
Então te amei assim do jeito que sentia!
Ouvi dizer que pra te amar tinha que ser menino.
Como um menino assim eu te amei!
Disseram-me que pra ter o seu amor deveria te amar com gente grande.
Te amei, amei assim do jeito que sentia; você me notou!
Olhou-me nos olhos e disse que pra ter seu amor deveria te amar como menino.
Então te amei grande assim com meu amor de menino.
Notando esse meu amor, disse: Não é assim que se ama!
Amando sem saber como, grande, menino, menino-grande.
Menino com amor, amando sem saber como amar...
Contando os dias e as horas.
Sentindo meu coração soluçar cada vez que cruzo com teu olhar.
Sufocando minhas lagrima pra que não me veja chorar...
Chorar essa dor, doida, difícil de suportar.
O tempo passando.
Vezes voando outras tão lento que parece parar...
A dor que não passa o tempo parado, as horas voando...
Eu sentindo esse amor sem saber como amar.
Morro!
Morro a todo instante que cruzo com seu olhar...
Morro por não saber como amar...
Morro por saber que no instante seguinte, vou morrer de novo...
Morro por ser esse menino que ama grande...
Morro por esse amor grande...
Morro por amar assim como menino...
Morro por saber que de tanto te amar, amanhã vou morrer de novo...
Quando meu olhar cruzar o teu!



Hannaell Mendes
01/04/2011 – 20h12min

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

SALADA

Cansado,
a lógica de seus pensamentos não faz mais sentido.
A cada passo dado sente o chão fugir de seus pés, e um novo abismo se abrir...
Por mais rápido que tenta caminhar em direção a luz, mas envolto na escuridão se vê...
Quanto mais procura a sensatez, mais incompreendido parece ser...
Quanto melhor tenta ser, menos consegue demonstrar...
O seu rosto já não é mais o mesmo.
Seus pensamentos e desejos por mais sem sentido que possa ser ainda são os mesmos...
Pensa todos os dias na felicidade, deseja todos esses mesmos dias,
encontrar o amor de sua vida (apesar de já tê-lo encontrado).
Mas seu rosto já não é mais o mesmo.
Perto de seu amor sente-se um gigante.
Quando o abraça sente-se uma criança.
Palavras!!!
Palavras são apenas conjuntos de símbolos.
De todos os conjuntos de símbolos que formam palavras,
os que mais gosta são os que formam o nome de sua amada e a palavra “eu te amo”.
Deseja-a como jamais fora desejada.
Pode dar-lhe tudo que negaram.
Ama como jamais fora e será amada.
Sabe que não pode lhe dar tudo que desejas.
Mas sabe que pode lhe dar tudo mais que se não for por ele jamais receberás.
Sabe que tudo que queres não é dele que desejas receber.
Então seguem a vida assim...
Sua amada recolhendo as migalhas que os outros podem lhe dar...
E ele do seu lado vendo sua amada, amada pela metade...



Hannaell Mendes
16/02/2011 – 22h04min

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Caixa de Sapatos

Alta madrugada calor intenso, chovia muito.
Os cães latiam intensamente, apenas os ruídos no portão incomodavam.
A chuva não cessava nem os cães e o barulho no portão.
Depois de muito tempo de espera e nada de calmaria, a única solução foi abrir a janela e expiar.
La estava encolhida num canto agarrada as grades do portão.
Ensopada de chuva e em prantos.
A luminosidade não era muito boa, mas reconheceu aqueles cabelos longos e negros, rosto fino e olhos arredondados, brilhantes embora cheios de lagrimas.
Ao ouvir o ruído da janela se abrindo levantou-se a cambalear segurando na grande, suas vestes esfarrapadas e molhadas de chuva, sem palavra alguma suplicava por auxilio.
Apanhou as chaves e destrancou o portão, desesperada entrou em soluços e tomou-o num abraço profundo.
Estava gelada!
Ofereceu-lhe um banho quente e roupas secas (as suas... é claro ficaram engraçadas nela).
Ofereceu alimento aceitou sem rodeios.
Conversaram por algum tempo, contou-lhe sobre o ocorrido, lamentou sua historia de vida e acrescentou que gostaria de escrever uma nova historia.
Ofereceu-lhe o pouco que possuía (seu lar) e todo seu amor.
Aceitou já cheia de certezas e um novo brilho no olhar.
Acariciou seus cabelos ainda molhados, olhou profundo e longamente nos teus olhos.
Escapou-lhe um sorriso e seus lábios se uniram em um longo e intenso beijo.
O beijo que esperará por anos a fio.
A chuva cessou os cães pararam de latir e o único barulho que se ouvia era de suas respirações e seus corações batendo dentro do peito.
Ainda hoje tem vivo na memória cada instante, cada toque, e o prazer explodindo dentro e fora de seus corpos.
A exaustão lhes dominou, mesmo percebendo que a manhã já havia chegado adormecer foi inevitável, só despertou no final da tarde pensando que tudo não passará de um sonho, mas olhando num canto do quarto lá estavam suas antigas vestes esfarrapadas e molhadas de chuva.
Apanhou-as e colocou-as para secar, depois guardou numa velha caixa de sapatos...



Hannaell Mendes
06/02/2011 – 02h35min

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sem Convite

Arrancaram minhas vestes.
Cuspiram em minha face.
Deixaram-me nu em uma encruzilhada,
distante de casa numa noite negra...
caminhei solitário a beira das estradas,
entre arbustos escondendo minha nudez.
Caminhei sem parar, sem comer e sem beber.
Eu só queria voltar para casa!
Chegando em casa havia uma festa!
Entrei em casa nu e caminhei entre os convidados.
As pessoas estavam felizes, a mesa era farta,
muita comida e bebidas!
As pessoas riam e se abraçavam!
Tratei logo de preparar-me para festa...
Entrei no chuveiro e deixei a água cair sobre meu corpo surrado...
A água tocou-me de um modo diferente.
Vesti minha melhor roupa e voltei para festa.
Caminhei entre os convidados.
Comi e bebi entre eles, a bebida e a comida, tinha um gosto diferente.
A festa terminou; se foram todos.
Tudo ficou vazio.
Ninguém me notou!



Hannaell Mendes
24/01/2011 – 23h37min

domingo, 9 de janeiro de 2011

Olhem mais de perto!

É o que dizem...
Se não dizem...
É o que pensam...
Se não pensam...
Agem como se assim fosse...
E nada se faz, para dar prova contraria!

Sou apenas um borrão de tinta, que um descuidado restaurador deixou cair sobre a valiosa obra de arte, roubando desta toda sua preciosidade.

É assim que pensam...
Se não pensam...
É assim de dizem...
Se não dizem...
Agem como se assim fosse...

Será?
Olhem mais de perto!


Hannaell Mendes
09/01/2011 – 21h32min