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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Dejetos

Recostado aos barrancos da vida observo passivamente meu corpo tombado, trajando farrapos de roupas, delicadamente depositado numa cova rasa... Ainda respirando.
Meu sangue emergindo de minhas entranhas, gota a gota brotando de meus poros, cobrindo-me por inteiro como se fosse um manto.
Algumas gotas escapam e caem no solo encharcando a terra seca.
Os vermes iniciam o seu ritual, ao som de atabaques e violinos festejam... O cálice transborda com a bebida sagrada.
Cantam e dançam, celebram a inércia de meu corpo quase sem vida.
Embriago-me e morro solitário na penumbra vazia do meu quarto frio.


Hannaell Mendes
16/12/2011 - 23h08min

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