Apenas mais uma história besta de
quem não tem o que fazer (é assim que são
tratados, apelidados, achincalhados e vários outros “ados” os artistas neste
país de bosta).
Às vezes as coisas não invertem
mesmo, nem fudendo. Quer dizer se fuder ai é que não inverte mesmo.
Então ta vou contar a história do
João (esse será o nome da personagem,
eita João se prepara), bem na história do João tem também o José seu grande
amigo de infância e adolescência.
João garoto simples e humilde,
descendente de família prestadora de serviços rurais. Os pais de João trabalhavam na fazenda dos pais de José, lá nasceram,
se conheceram, cresceram... e bla, bla, bla... Vou pular essa parte da infância
e adolescência onde brincavam juntos corria pelos terreiros, campos, nadavam
nos rios e caçavam passarinhos e também freqüentavam a escolinha da fazenda as
festanças na capelinha onde conheceram suas primeiras namoradinhas (eita tempinho bão). Não vou contar
também que João casou com a Zefinha a mais feinha e José com a Ritinha (pensa numa muié bonita, eita).
Os tempos passaram e foi descoberto
que 3/4 das terras que compunham a fazenda dos pais de José eram griladas (o pai do José ficou na merda),
desfez-se então a grande fazenda. João e sua família mudaram-se para uma cidade
grande mais precisamente a periferia da desta grande cidade, José ainda ficou
por lá, sabe se lá quanto tempo, perdeu-se o contato.
Há poucos dias atrás João voltava do
trabalho como de costume (metódico,
sempre pelo mesmo caminho), percebeu-se a sua frente alguém manobrando um
luxuoso veiculo na tentativa de retirá-lo da vaga onde ficara encurralado. Passando
pelo veículo o vidro abaixara e o condutor interpelou João: - Amigo poderia
ajudar-me a sair deste embuste que me encontro? João prestativo e com memória de
elefante, responde de pronto: Claro José! O granfino salta do carro e abraça
efusivamente João, disparando: João, meu amigo você esta vivo cara, quanto
tempo que saudades de você, pensava que já havia morrido seu feladaputa (há essas altura a finês que José adquirirá
na universidade e em seu meio social, foi pro pau). João acanhado apesar de
estar na presença de seu amigo, mas temente que o pó do trabalho trazido em
suas vestes sujasse a roupa de alta linha envergada pelo amigo, balbucia: É,
né... É... Morri não Zé, to vivim e você meu amigo parece que se recuperou da
paulada do destino, graças a “Deus”, né?
José impulsivo como sempre pegou
João pelo braço após tirar o carro da vaga embustiva, empurrou para dentro do
seu carro dizendo vamos pra minha casa quero que conheça minha família, sabia
que já estou no meu terceiro casamento? E você João ainda continua com a feiuda
da Zefinha? João orgulhoso de si dispara: Claro Zé, eu amo a Zefa, num casei
com ela pela beleza e sim pelo caráter (que
paulada), José meio desconcertado mais cheio de alegria prossegue com a
prosa até chegar a sua casa. José recebe com honras e regalias o amigo de infância,
enquanto o cerca de toda luxuria e ostentação desenrola o texto e conta sua
história.
- João!
Tempos ruins aqueles, você se foi fiquei por lá mais algum tempo papai deu uma
meia reviravolta no caso, conseguiu na mão grande uma parte do que havíamos perdidos
juntou tudo passou pra um trouxa e saímos do país... A Rita não quis me
acompanhar larguei dela e fui com meus pais, estudei fora: Cursei
administração, economia, filosofia, psicologia e p-o-l-i-t-i-c-a. Meus pais se
foram então voltei, descolei uns amigos na política, fundei uma prestadora de
serviços e olha onde cheguei, tenho quatro filhos todos criados dois formados e
dois estudando no exterior, um advogado, uma médica, um fazendo arquitetura e o
caçula vai seguir os passos do papai aqui, mas me conta João o que aconteceu
com você meu amigo? João acanhado tenta fugir da interrogativa de José: - Nada
de muito interessante só uma vida honesta e castigada. José insiste, quantos
filhos João? – Oito! Estarrecido, puta que pariu João você é foda véio oito
filhos, cacete a Zefinha deve estar um bagaço, percebendo João acanhado
desculpa-se, ôh João leva mal não meu amigo é que... Poxa tanto tempo parece
que foi ontem, ainda parece que somos aqueles meninos, aqueles dois jovens
sonhadores (eles tinham sonhos, João tinha
muitos sonhos – José também, havia planejado uma vida inteira juntos). Mas José insiste: Conta-me João o que seus
filhos fazem da vida? João inicia a narrativa: Bem um é pedreiro, dois é
servente de pedreiro, uma menina trabalha em casa de família, a outra ta
trabalhando na prefeitura varrendo rua. – ô Zé ta faltando três? Ah! Esses ai
ainda são pequenos uma tem 17 anos outro 16 e o mais novo tem 14 anos. Ah! Ta.
Insiste José, mas o que eles fazem? – Estão estudando ainda, mas a mais velha esta
fazendo teatro diz que vai ser atriz, o menino aprendeu a tocar violão no projeto
lá do bairro diz que vai ser cantor, o mais novo diz que quer ser doutor-médico,
cuidar de gente! Vê se pode!
José:
- É João, pode... Mais é difícil...
-
Bem que bom te encontrar amigo vou pedir pro criado chamar um taxi pra te levar
pra casa, eu pago faço questão em nome da nossa amizade, muito bom te ver assim
tão bem amigão...
O
comentário faz parte do texto, oky?
‘é... vão dizer que minha história é uma
história sem pé nem cabeça, não tem conflito esta solta sem amarração, dirão
também que não possui uma dramaturgia consistente. E também vão dizer que o
final não tem nada a ver, alias nem final tem... Quer saber vão defecar (eu
escrevi cagar, mas o Word diz que é chique escrever defecar, então ta, né?)”.
Hannaell
Mendes
20/11/2013
– 17h20min
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