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sábado, 31 de dezembro de 2011

Frases, só isso...

A matéria prima esta para o artesão, assim como o artesão deve estar para com ela.
Sem o segundo e ultimo o primeiro lugar não teria sentido algum.
O ouro e todas as preciosidades do mundo mineral não teriam valor algum se não houvesse o homem para vislumbrar, a cobiça e a condição para adquirir, e falta dela para apenas desejar.
O trabalho é a condição para que todos possam alcançar... Mas os vagabundos já inventaram um jeitinho de burlar...
Sou um homem sozinho, mas há muita gente comigo.
Nasci sozinho, mas logo vieram meus irmãos... Está ai uma situação que ser o primeiro, talvez, não seja tão interessante.
Desenvolvi-me solitário no ventre de mamãe, mas quanto lá fui injetado milhões de irmão seguiram comigo a grande jornada, uns competindo outros dando suporte para que eu pudesse atingir o objetivo, certamente se eu estivesse me cansado um rival ou um amigo teria completado a tarefa por mim.
A água pesa! Portanto em forma de chuva cai, mas antes porem desse processo metamorfosico experimentou o prazer de ser fumaça e em forma de nuvem flutuou pelo céu.
Eu faço coisas boas, simplesmente porque sei o quanto posso ser mau.
Gosto de rir de coisas idiotas, porque sei o quanto é amargo chorar por quem não nos dá valor.
Muitas vezes apresento-me carrancudo, só para esconder que sou apenas um menino. Outras vezes me visto de criança para disfarçar que já sou um velho.
Às vezes esqueço a data do meu aniversário na tentativa de enganar o tempo.
Eu já disse “eu te amo” de olhos abertos para testar meus sentimentos.
Eu já fingi que chorei de mentirinha para tentar conquistar um amor.
Já mandei alguém embora, desejando que ficasse.
Eu já atravessei uma rua sem olhar para os lados pra que algum carro me atropelasse.
Já passei no sinal vermelho e rezei para que nenhum guarda tivesse visto e não me multasse.
Passei dia sem comer para que outras pessoas pudessem se alimentar. Já deixei cortar a minha luz, tomei banho frio, para que quem eu amo não dormisse no escuro.
Eu me disfarço de idiota para esconder a minha inteligência.
Eu já me disfarcei de intelectual para ocultar minha falta de conhecimento.
Eu já disse a Deus que o amo, mas creio que ainda não consegui convencê-lo.
Já comi quiabo no almoço e berinjela no jantar pra não fazer feio para os anfitriões.
Se algum dia, alguém ganhar dinheiro com essas baboseiras que escrevo, talvez eu goste.
Já tomei banho de chuva...
Ainda não sai pelado caminhando pelas ruas porque me falta coragem...

Hannaell Mendes
31/12/2011 – 18h06min

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Ô, Falta do que Fazer...

Algum tempo atrás apareceu em casa uma linda gatinha, a principio pensei em colocá-la no quintal do vizinho, pois havia fortes suspeitas de que ele é quem jogara em meu quintal. Mas o animalzinho muito encantador cativou a todos e ainda de quebra enroscou num termo e caloroso abraço com Catarina, a cadelinha da casa. Então o jeito foi adotar o felino. Primeiro passo o nome, modéstia parte sou bom em criar nomes, uii! (exclamação no final de uma frase: ouvi dizer que alguém disse que significa rir da própria piada, hahaha, fds). Em homenagem a grande e talentosa escritora Clarice Lispector, admirada, estudada, pesquisada “Em Fim”, por todos por aqui, zass... Clarice esta batizada a linda gatinha. Pensa num bicho atentado, apaga, perdeu playboy... Ela é mais...
Bem mais o caso é outro toda essa enrrolação é só pra sustentar o fato de que quem conta um conto aumenta um ponto “eu” se é para aumentar aumento logo uma pagina inteira. (gargalhadas, sozinho to besta hoje).
Vamos aos fatos: Nossa amiga Juliana faz um trabalho sobre Clarice, outro dia durante uma conversa numa roda de amigos vi ela sai correndo desesperada atrás de uma barata (estranho, mulher normalmente corre de baratas), foi quando fiquei sabendo que ela esta procurando por uma barata para realizar uma pesquisa. Sem sucesso não consegui capturar o inseto.
Ontem já era noite alta estava trabalhando em casa... Hunmm... Mentira... estava jogando mesmo. Quando em um vôo rasante descaradamente pousou sobre minha mesa uma linda e envernizada barata, lembrei-me imediatamente da Jú, e zás... Capturei o inseto, depositei-o cuidadosamente em um recipiente de vidro tomei as devidas providencias para circulação de ar e deixei o pote sobre a mesa e avisei minha amiga, que ficou de passar por aqui hoje para recolher seu material de pesquisa. Hoje pela manhã ainda sonolento quando adentrei a sala, meu foco de visão sem duvidas foi a mesa, que simplesmente estava vazia... Puts... Pensei logo Dona Lena é foda... Dona Lena é a lavadeira, faxineira, passadeira, arrumadeira e incendiaria aqui de casa. Incendiaria sim, não pode ver algo inflamável que já risca o fósforo. Tendo como objetivo resguardar meus singulares bens desta simpática senhora, já fiz logo dois seguros contra incêndio. Ao tocar o pé no chão da sala, fitando a janela, pois estava tentando ver se a admirável senhora estava na área de serviços realizando alguma tarefa senti uma pontada na sola do meu pé esquerdo foi quando olhei para o chão. O pode estava aos cacos no chão um deles encravado no meu pé, claro. Não foi difícil deduzir, Clarice degustou a barata... Ou morreu de susto, pois preso a um recipiente de vidro e um gigante tentado te comer, eu me defecaria todo (eu escrevi cagaria, mas o Microsoft Word disse que ficaria mais bonitinho ou seja coerente, escrever defecaria), ou saiu voando tão logo o pote se espatifara ao chão. Certamente visto que com o barulho do vidro se quebrando Clarice deve ter se assustado e nesse ínterim se o inseto realmente é inteligente aproveitará para fugir... Será? Oh duvida cruel... Nunca saberemos de fato qual o destino da envernizada barata... Será que a historia é apenas uma metáfora, Clarice amava as baratas? Será, será, será! Será que o ocorrido aqui foi uma estratégica e planejada ação de resgate?
Estou sóbrio: Oh! Falta do que fazer, minha mãe diria, vai trabalhar menino. Estou de férias mamãe: Vai caminhar no parque então pra ver se perde um pouco dessa pança. Ai que canseira. Mais tarde mamãe...
Melhor parar por aqui... Isso vai longe...

Hannaell Mendes
27/12/2011 – 10h48min

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Simplesmente "MAÇÃ"

Enquanto gira o compasso da vida, vamos nos descobrindo gradativamente. Ainda era criança quando percebi que gostava de maçã, desde então a busca pela fruta tornou-se uma constante, mas logo descobri que a fruta era rara, não era fácil conseguir uma.
Então comer maçãs passou a ser meu mais profundo desejo. Sonhava todas as noites mordiscando uma maçã, acordava nas madrugadas de minha infância muitas vezes suando frio. Outras vezes o sono demorava a chegar, pensando em maçãs.
Sem nunca ter mordido uma, sabia qual seu sabor, seu cheiro, sem nunca ter tocado já sabia como tocá-las, como saboreá-la: tanto que quando meus lábios tocaram pela primeira vez uma maçã senti uma sensação tão maravilhosa que parecia estar flutuando, seu gosto invadirá minha boca e tomou-me por inteiro. Desde então não podia mais viver sem comer maçã, tornei-me um apreciador nato.
No compasso da vida muitas maçãs eu provei, até que um dia encontrei uma espécie raríssima, tão rara que na arvore havia apenas uma fruta, mas estava tão alto que minhas mãos não pode alcançá-la os galhos tão altos e finos não suportariam meu pesado corpo para colhê-la e por mais que insistisse seria inevitável a queda, e meu corpo envelhecido pelo compasso da vida não suportaria.
Percebi então que comer maçãs simplesmente por comê-las já não mais me satisfazia. Por varias vezes comi uma dúzia em uma só semana. Mas isso já não mais bastava, eu queria aquela, somente aquela. Mas como apanhá-la, desde então passo os dias aos pés da macieira a observá-la.
Desespero-me ao ver os insetos e aves a mordiscá-la. Hoje me sinto estranho tenho vontade de comer maçãs todos os dias, mas não tenho coragem de ir à feira tenho receio de que minha maçã desejada desprenda-se do galho e eu não esteja por perto para colhê-la ou um inseto qualquer tome posse dela.
Há sempre uma maçã ao alcance de nossas mãos, mas esta a gente não quer, eu só quero você e se não posso te ter, não interesso por outra, por mais viçosa que seja.
 
 
Hannaell Mendes
25/12/2011 – 3h50min

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Dejetos

Recostado aos barrancos da vida observo passivamente meu corpo tombado, trajando farrapos de roupas, delicadamente depositado numa cova rasa... Ainda respirando.
Meu sangue emergindo de minhas entranhas, gota a gota brotando de meus poros, cobrindo-me por inteiro como se fosse um manto.
Algumas gotas escapam e caem no solo encharcando a terra seca.
Os vermes iniciam o seu ritual, ao som de atabaques e violinos festejam... O cálice transborda com a bebida sagrada.
Cantam e dançam, celebram a inércia de meu corpo quase sem vida.
Embriago-me e morro solitário na penumbra vazia do meu quarto frio.


Hannaell Mendes
16/12/2011 - 23h08min

Rex

Meu cachorro me ama.
Ama mais ainda quando divido com ele meu almoço, meu jantar ou meu lanche.
Já tentei convence-lo dividir comigo a sua ração... Por varias vezes, insisti e ele rosnou sinalizando que era proibido, ameaçou me atacar.
Outro dia não havia ainda provado meu almoço ele fitou-me e solicitou a partilha. Coloquei meu prato no chão, ele lambeu o prato e os beiços, sacudiu o rabo e saiu.
Neste dia fiquei sem almoço e também não senti vontade de jantar, dormi no chão frio da sala abraçado com meu amado cão.

Hannaell Mendes
16/12/2011 - 22h51min

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Alice...

Como um fantasma à soleira de uma porta, desfaço-me toda vez que alguém entra ou sai. Todos me tocam, me desmontam. Refaço-me e tento: mais gente passa pela porta, meus pedaços flutuam pelo ar. La vai eu de novo me reconstruir. Procuro tocá-las, chamar atenção, mas... Nada! Ouço as conversas, falam de mim, às vezes. Tento expor minha versão dos fatos porem sou ignorado.
Vem vindo alguém... pluf, vai meus pedaços pelos ares.
Recolho rapidamente meus pedacinhos de fumaça... vem vindo Alice, ela é minha amiga, amo tanto Alice, ela também me ama, mas não assim como eu a amo. Tenho vontade de beijar Alice, aconchegá-la contra meu peito, acariciar seus cabelos, ficar horas olhando nos seus olhos, apreciando a beleza de seu rosto.
Eu queria despir Alice, tomar banho com ela e debaixo do chuveiro tocar seus seios, de leve, bem suave. Abrir a porta do boxe, sentar-me no chão ao lado do vaso sanitário e ficar vendo Alice se banhar, seus cabelos molhados, a água caindo sobre seu corpo nu, arrastando toda espuma que cobrira seu corpo, revelando toda sua angelical nudez, ali, diante de mim.
Amo muito Alice, sinto-a em toda parte, mas Alice desmonta-me toda vez que passa pela porta sem nem perceber-me ali morrendo de desejos por ela. Alice agora esta na cozinha preparando o jantar, sinto o cheiro de seu tempero. Sinto o sabor de sua pele, Alice esta praticamente nua, adora usar roupas sensuais. Enlouqueço toda vez que vejo Alice vestida assim. Desfaço-me por inteiro sem mesmo ninguém passar por mim.
Alice da atenção a todos que a procuram, é paciente, conselheira às vezes até chama a atenção. Alice, ah... Alice...  Agora estou na sala esperando Alice por a mesa do jantar... estou muito ansioso há muito tempo não faço uma refeição na companhia de Alice, não assim a Sós. Ops... Alice! Olha por onde passa desmontou-me novamente. Hunm, que cheirinho bom...
Alice! Alice! Alice...

Hannaell Mendes
08/12/2011 – 19h47min