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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Novo Lar

     Um dia desse um amigo, lembrou-me de uma fase bem antiga, mais que batida. Possivelmente com a intenção de me ajudar (prefiro acreditar nesta opção), haja vista que sua intenção poderia ser mesmo de me julgar...
    Tanto faz.
     Lembrou-me o amigo: -- “Para entrar no reino dos céus num basta apenas não praticar o mal, a ausência de fazer o bem também não o habilita para ascender-se ao reino de Gloria e Paz eterna”. Confesso que fiquei feliz com a informação do amigo.
     A todos que simpatizam comigo e desejem encontrar-me após o fim dos tempos, já sabem onde me encontrar.
     O endereço exato não sei ainda...
     Mas vou dar-lhes uma boa referencia. Estarei em algum lugar entre o céu e o inferno.
     Quem quiser me visitar será um prazer recebê-lo em meu novo lar, porem já vou avisando certamente lá não terei ar condicionado, mais um ventiladorzinho (Brisa) contrabandeado do Paraguai “Made in China” creio que será possível. Então espero vocês lá!



Hannaell Mendes
Um dia como tantos outros

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Sonho...

     Maldito seja aquele sonho. Por ele hoje sua carne apodrece, sua mente definha, um inferno fez-se em sua vida. Mil vezes preferia ter acordado sem lembranças. A manhã estava tão linda a chuva caia no telhado e o vento sacudia a vidraça.
     Maldita lembrança...
     Porque saiu a tua procura?
     Estava chovendo!
     Não deveria. Porque não esquece tudo?
     Precisa dormir novamente, sonhar um sonho diferente e acordar sem lembranças. Precisa de um sonho menos fatigante, este “maldito” arrasta-lhe a podridão.
     Porque desejou encontra-la?
     Enfrentou a chuva fria a tua procura?
     Porque entrou naquele lugar abençoado?
     Mas agora maldito... Maldito causador da sua desgraça e toda essa agonia.

     -- Ainda hoje quando lembra é como se retornasse naquele instante!

     Há viu linda... Esplendida no altar, havia luzes a tua volta, um sorriso singelo nos lábios. Teu olhar atravessou-lhe como um raio. Passos lentos na sua direção pôs-se a caminhar, braços estendidos, um desejo louco no olhar, teus lábios brilhavam.
     Queria lhe beijar...
     Tuas mãos tocaram as suas, seu corpo por um segundo gelou-se, no instante seguinte ardia em chamas. Pulsava-lhe no peito em disparada o coração. Foi tomado pela ansiedade e um desejo louco de também beijá-la. Apertou-lhe contra o peito sentiu-lhe o coração batendo por traz dos teus seios, aproximou teu olhos dos seus que lhe rasgaram como duas flechas de fogo, tua boca envolveu os seus lábios o sangue ferveu-lhe dentro das veias...
     O amor aconteceu!
     A escuridão invadiu os seus olhos.
     As lagrimas brotaram sem que pudesse conte-las.
     Despertou sozinho ao ouvir os sinos a dobrar.
     Saiu em disparada daquele lugar, onde não teve mais coragem de voltar. Desde então procura encontra-la nas ruas, em outros lugares, em outros corpos, em outros rostos, em outros olhares.
     Porque o mesmo amor que lhe enche de alegria quando vê na rua um rosto que lembra teu, ao chega às noites atira-lhe num abismo, solitário em profunda agonia?
     O desespero lhe invade todo instante!
     Precisa dormir, dormir e sonhar outro sonho!
     Precisa de coragem!
     Tem que voltar naquele lugar, mas sabe que ela esta lá, com aquele mesmo olhar, o mesmo sorriso, no mesmo lugar... Imóvel, fria!
     Mas ronda-lhe o medo de descer e beijar-lhe novamente.
     Não... Não quer, não pode. Esta apodrecendo...
     Não pode amá-la.
     Não assim, com essa força que pulsa no coração.
     Precisa dormir... Dormir e não mais acordar!
     ... Dormir, dormir e não mais acordar...




Hannaell Mendes
21/05/2007 - 0h27min

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Oração de um desesperado...

Gritos!
Gritos mudos ecoam em sua mente...
Ele, sujeito “O homem”...
Enlouquecido pergunta ao “Verbo”!
O silencio, apenas o silencio...
Na lixeira de seu cérebro perguntas e mais perguntas se acumulam repletas de silencio como respostas.
O verbo presente faz-se ausente mesmo diante da sua incontestável presença!
Em estado de embriagues transbordando lucidez o sujeito clama ao verbo.

Ele...

-- Um homem que desejou promover a paz, fazer pessoas felizes, realizar sonhos alheios e os seus também!

No ápice de uma crise existencial orou:

Desça sobre mim todo poder.
Desejo que seja de luz.
Na impossibilidade deste devido procedimentos divinamente burocráticos, seja bem vinda às trevas desde que esta me conceda todo poder e gloria.
Domínio e julgo sobre todos que eu desejar.
Que seja longo meu reinado
Sob meu domínio que dez milhões de joelhos dobrem diante mim.
A Cada um que dobrar, seja extenso meu gozo.
Após a queda do ultimo, seja eu informado, basta!
Seu reinado chegou ao fim.
Entregar-me-ei com súbito pesar se quiserem pregar-me numa cruz.
Se ao fogo for condenado que odor de minha carne em chamas, lavem os pecados daqueles que me levaram a loucura.

-- Este homem no ápice de sua crise existencial, orou assim...



Hannaell Mendes
25/02/2010 – 02h14min

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Lindo dia...

           O amanhecer entrou sorrateiro pela minha janela. Um raio de sol tocou suave meu rosto... Despertei.
           Minha boca estava doce (ao contrario dos outros dias), sempre acordava com um amargo horrível na garganta, mas naquele dia estava doce, suave, muito doce.
           A preguiça das manhãs, corpo surrado, dolorido... Naquele dia nada disso senti.
           Ergui meu corpo (leve naquele dia), bem diferente de outrora, sentei-me na cama, respirei fundo toquei meus pés descalços no chão frio, senti que algo me revigorava.
           Caminhei até janela fitei o horizonte, o sol da manhã rasgava o céu com um glamour jamais visto, saudei-o... Bom dia!!!.
           Parece ter compreendido, saudando-me de volta repetidas vezes... Bom dia... Bom dia... Bom dia...
           A cada vez parecia brilhar mais forte. Parecia sorrir... Um sorriso lindo, deixando amostra seus enormes e bancos dentes, que pareciam bailar dentro da sua boca... Caminhou firme céu a dentro.
           Algumas nuvenzinhas tentavam impedi-lo de avançar, mas imponente empurrava-as para o lado e seguia belo e radiante.
           Naquele dia não sai da janela, fiquei contemplado sol... As horas caminharam num ritmo descompassado, ora mais rápido, ora mais lento.
           O mundo parecia parado a minha volta, apenas o sol diante de mim desbravando o céu... Enquanto uma brisa suave tocava meu rosto, na minha mente passava em revista uma tranqüila avaliação existencial... Amizades, amores, momentos de risos, de lágrimas, relações perdidas... De forma sutil, praticamente irreal.
           Naquele dia nada me incomodou, foi tudo tão natural... Por mais irracional que possa parecer...
           O sol, venceu as nuvenzinhas, a brisa mansa que tocava meu rosto na janela cessou, a luz do generoso sol cedeu às trevas da noite, mas a lua adormecida não apareceu, o céu azul estava estrelado. O tempo descompassado parou... Meus olhos cerram-se...
          Foi assim...
          O dia em que eu morri...



Por... Hannaell Mendes
23/02/2010 – 16h16min

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Apenas uma estória sem graça...

          Em um reino não muito distante e nem tão encantado, um menino (plebeu)... Sagaz, porem sem nenhuma aspiração de realeza. O inverso dos outros meninos da sua idade (adoram brincar de príncipes e princesas, reis e rainhas), alimentando sonhos praticamente impossíveis, mas é assim, brincando que se encontram tesouros...
          Este menino diferente, (por mais que todo o reino não percebesse). Tranqüilo vivia entre os seus, consciente de sua condição. Borboletas era o seu fascínio... Divertia-se, capturando-as... Mas sempre com muito cuidado para não feri-las, não aprisionava nenhuma delas, gostava apenas de apreciar a beleza de suas cores.
         Entre seus dedinhos desnudos, as mantinha cativas somente o suficiente para memorizar os milimétricos detalhes que difere uma das outras (por mais parecidas que sejam aos olhos de um observador comum) – apenas segundos para ele era o suficiente.
          Mas um belo dia (era um belo dia, seria!) enquanto brincava entre as borboletas... Eis que um olhar fitou-o. Apenas um rosto, nele refletido a particularidade bela de todas as borboletas do universo (até mesmo as que nunca tiveram ao alcance de seus olhos de criança)... Toda beleza de suas borboletas, refletidos em um rosto de menina-mulher ou de uma mulher-menina... Em cada expressão a particularidade de uma borboleta.
          O menino então desejou toca-la, cumprindo os rituais de um plebeu ao encontrar a realeza, curvou-se solicitando autorização. A borboleta... Não! A menina! Não, não, a princesa... Não! A menina princesa, com cara de borboleta (ele ficou todo atrapalhado) Ela autorizou o toque do ingênuo menino. Mas antes que seus frágeis dedinhos pudessem tocar o rosto da princesa-borboleta, ao estalar de um galho seco... Voou...
          Toda beleza do mundo escapou diante de seus olhos antes que pudesse tocá-la. Agora o menino sentado à beira do caminho apenas observa as borboletas. -- Nelas não vê mais beleza alguma!
          Segue os dias e lá esta o menino no mesmo lugar enquanto voam a sua volta as borboletas descoloridas...
          O que teria ocorrido?
          Será que ao capturá-las inconsciente roubava-lhes a beleza?
          Não! Apenas observava, devolvia-lhes a liberdade em segundos!
          Aquele rosto misterioso, teria roubado-lhe a beleza de todas as borboletas que havia armazenado em sua mente ingênua de menino?
          Cheio de indagações e sem resposta alguma, vagueia entre as borboletas desprovidas de beleza, julgando a si mesmo.
          Era uma vez...



Hannaell Mendes
18/02/2010 – 22:29

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Amante da Lua

Sou eterno amante da lua (se não fosse impossível, preparava uma escada e iria lá no céu pra buscá-la).
Não sei se sou poeta, mas muito do que escrevi foi em ti (lua), que busquei minhas inspirações.
Adoro o silencio da noite, e em muitas, sonho acordado pensando no amor, vezes amando, outras tentando esquecer.
A esperança é algo que pulsa mesmo quando a vida deixa de animar a frágil maquina humana.
Portanto, mesmo quando o sopro da vida deixar de animar esta minha desajeitada e frágil maquina: Amarei a lua, inspirarei nela meus versos, e sonharei com o amor sob o silêncio da noite, até que um dia não seja mais preciso tentar esquecer quem amo, e quem sabe ainda neste dia a lua esteja cheia e eu possa vê-la caminhando em minha direção com seus logos cabelos e olhos negros, sorriso largo e encantador, vindo aninhar-se em meus braços. No silencio desta noite inspirada pela lua cheia, deixar florescer o amor entre nós.
Então nesta noite um pó de estrela cairá sobre nós...
A noite se calará ainda mais, apenas os lobos uivarão sob a luz da grande lua branca, saudando o nascimento de um eterno amor, nesta noite exceto os lobos, todos se calarão, as trevas da bela noite se dissiparão e com elas serão extintos todos os pesadelos. Cobertos por lindos sonhos despertaremos ao amanhecer.

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Hannaell Mendes
06/02/2010 – 16h14min

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Pensamentos...

“ONTEM”
A felicidade bateu na minha porta. Eu estava no banheiro cagando, quando acabei de limpar meu RABO e fui atendê-la ela já estava virando a esquina abraçada com outro.

AMOR!?!
Sempre que me disponho a amar alguém. O Amor que sinto por você ressurge batendo forte dentro de mim. Até parece que ele não quer que eu ame mais ninguém.

TEMPO
Não importa quanto me restam: 1 segundo ou mais 40 anos de Vida. Quero apenas viver, fazer coisas boas, ser feliz, ajudar pessoas, neste tempo que me resta.

VITÓRIA
Meu objetivo não é mudar o mundo nem compreender as pessoas que nele vivem! Conseguir melhorar eu mesmo, e aceitar os outros e suas diferenças! Já será vitória!

ASSALTO
Hoje eu queria te encontrar, olhar nos teus olhos, invadir tua boca e roubar-lhe um Beijo!

SEMENTE
Talvez eu seja apenas uma semente, que adormecida apodrece no seio fértil da mãe terra...

JUSTIÇA
Alguns juízes são absolutamente incorruptíveis... Ninguém consegue induzi-los a fazer... "JUSTIÇA". (Bertolt Brecht)


A METAMORFOSE CONTINUA...

Eu sou o seu sacrifício, a placa de contramão, o sangue no olhar do vampiro e as juras de maldição.
Eu sou a vela que acende, eu sou a luz que se apaga, eu sou à beira do abismo, eu sou o tudo e o nada. (Raul Seixas)

Talvez a vida, o amor, e a paz seja uma utopia! E a única verdade seja a guerra que travamos dentro e fora de nós mesmos: suicidas perambulando pelas vielas da vida.

Beijos muitas bocas sim... Não porque sou libertino. Mas, porque procuro encontrar em alguma delas... O que um dia encontrei em uma só...

Se eu tivesse coragem hoje ligaria pra você, marcaria um encontro. Olharia nos olhos e sem dizer nada... Beijaria sua boca!

COVARDES

Somente os covardes e fracos ajoelham e suplicam diante dos carrascos.
Tolos que esperam misericórdia sobre o que não tem mais solução...
Os homens verdadeiros e convictos de seus ideais tecem discursos, entoam hinos, declamam poesias...
Enquanto o pelotão dispara...
O assalpão baixa e a corda desloca seu pescoço e impeça de respirar...
O gás espalha pela câmara...
As labaredas sobem e cozinha sua carne...
A lamina desce e separa sua cabeça...


Hannaell Mendes
2010