Nesta
minha curta estadia neste planeta estranho (digo
isto porque não sou daqui, estou certo disso) percebi que apenas uma coisa
é capaz de unir os seres “humanos”. Por mais que se fale de amor, fraternidade,
caridade, solidariedade e mais o cacete. A chave do poder neste planeta
primitivo não está nessas coisas, e sim numa só. Esta mesma coisa tem o poder
de unir e também separar. É lamentável, mas é fato. A fragilidade das coisas e
seres é visível e clara diante dos olhos de quem não se furtam a verdade. Mas a
utopia é real dentro de cada ser vivente e pensante desse planeta. É preciso
sonhar sim, mas enquanto acordados faz-se necessário observar cautelosamente
cada movimento das coisas e seres.
João
o menino de calças curtas vindo do interior, humilde não só na forma de se
vestir e de falar. Comportamento reto e ilibado. Enquanto eu o observava em sua singular trajetória
neste mundo perverso, pensador que sempre foi “João”, não profetizou, apenas
resumiu em poucas palavras a forma de agir, pensar e fazer da maioria dos seres
deste planeta. Palavras de João: “É impossível desfrutar de um amor verdadeiro
quando se detém uma fortuna, por menor que seja. É impossível se ter amor,
amizades, companhias se não possuir recursos para bancá-las ou simplesmente
compartilhar”.
João
procurou por um amor verdadeiro, amizades sinceras, companhias agradáveis por
longo tempo da sua vida. Com sua pequena fortuna procurou sempre criar
ambientes agradáveis e acolhedores, capazes de proporcionar aos seres conforto
e tranqüilidade para que neles pudesse brotar o que João procurava (amor, amizade, companhia). O amor não
brotou, as amizades empobrecidas faliram, as companhias falsas se foram. A
pequena fortuna de João, também.
João
ficou triste, muito triste... Sem saber para onde ir, João saiu pelas ruas
sentou-se sub uma frondosa arvore e adormeceu. Quando acordou, deparou-se com um
pacote singelamente embalado para presente e um cartão com uma frase “Este é o livro
da vida, encontre-se nele e conhecerás o verdadeiro amor, amizade sincera e
companhias eternas”. João faminto de
respostas para suas inúmeras interrogações de forma literal, literal mesmo
devorou o livro (não o comeu, devorou no
sentido figurado apenas), João leu o livro. No livro encontrou diversas
formas de expressão que lhe conduziram ao seguinte pensamento: “Não é a fortuna
material que traz a felicidade e sim o desprendimento dela”. Um enorme sorriso
prendeu-se em seus lábios, tomado por um enorme sentimento de felicidades João,
pôs-se em pé e caminhou, vagou, perambulou, dias e noites a procura... João
morreu ontem às 4h45min da madrugada, noite de lua nova, na esquina da Rua Esperança
com a Avenida dos sonhadores. Eu
não fiz nada enquanto João agonizava...
Hannaell
Mendes
08/12/2012
– 11h13min
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