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sexta-feira, 24 de maio de 2013

SILENCIO

A dor que doe, doendo manhosa e cortante bem lá no fundo difícil de suportar. Nem sempre provem de palavras ásperas e ofensivas, da ausência ou da falta de quem se quer perto, nem tão pouco de uma marretada no dedo mindinho. Mas sim do silencio que invade a alma, a brisa mansa que sopra descuidada sem intenção de balançar os galhos das arvores, do ruído silencioso da aranha que tece sua armadilha fatal. Silencio, silencio, silencio que mata, que fere, vagarosamente entre tantos ruídos que se faz da poluição sonora produzida por uma raça descuidada.
Dói, dói dor dentro de mim, rasga o silencio de minha embriagada mente. Dói, mas dói forte, seja forte, mais forte que eu, faça parar de bater esse meu coração descuidado, este coração estúpido que não sabe amar. Dói dor maldita e amada, que me faz sentir vivo desejando a morte, que venha a morte, mas que venha só depois de me deixar viver esse amor doido inventado por este meu coração estúpido.
Silencio... Navalha afiada rasgando-me a carne... Mais para esquerda, ai, isso, assim... Não, agora não, espera meu amor chegar. Quero que veja minha boca vermelha, quero ver o desespero em seus olhos ao ver os meus fechando enquanto beija minha boca sangrando e este meu coração estúpido parando de bater.
Dor, que dói, doendo de mais, coração que bate, bate disrritimado.
Parando, quase...
Parou...
Silencio...
Sem dor,
Sem dor, sem dor,
Sem dor, sem dor, sem dor,
Sem dor, sem dor,
Sem dor...
 
 
 
Hannaell Mendes
24/05/2013 – 16h32min

sexta-feira, 17 de maio de 2013

E - ASSIM - CAMINHA - A - HUMANIDADE...

Em algum momento no tempo que se escreve a historia da humanidade havia uma grande arvore fincada a beira de um caminho. Num certo período de cada ano (mais precisamente no período da sua florada) o dono da arvore cercava-a com arame farpado, uma cerca tão alta e bem trançada que quase chegava à copa da arvore, mas sem esconder sua beleza. Logo vinham os frutos, lindos de se ver, seus galhos carregados quase tocavam ao chão.
Quando começavam a amadurecer, todos os dias o dono da arvore pela manhã e a tardezinha sentava-se sub a sobra da arvore para saborear seus frutos e compartilhá-los com todos os passantes, nunca negará um fruto a quem quer que fosse.
Muitos traziam sacolas e levava-as cheias para casa. Este sagrado ritual ocorria todos os dias até a colheita do ultimo fruto, ocasião em que ele solitariamente removia majestosa cerca farpada.
Por décadas repetiu-se o ritual.
Certa vez a cerca não se levantou, a flora chegou, vieram os frutos e o dono da arvore não apareceu, a colheita findou-se antes mesmo que todos os frutos amadurecessem; seus galhos machucados já não envergavam a beleza de outrora, no ano seguinte a cerca também não foi levantada e dono continuou ausente!
Flora e frutos já não foram como antes.
Mais alguns poucos anos depois sem a cerca e a ausência de seu dono hoje quem passa pelo caminho contempla apenas um toco sem vida e alguns galos secos... E assim caminha a humanidade.
 
Hannaell Mendes
17/05/2013 – 13h45min