A dor que doe, doendo manhosa e
cortante bem lá no fundo difícil de suportar. Nem sempre provem de palavras ásperas
e ofensivas, da ausência ou da falta de quem se quer perto, nem tão pouco de
uma marretada no dedo mindinho. Mas sim do silencio que invade a alma, a brisa
mansa que sopra descuidada sem intenção de balançar os galhos das arvores, do ruído
silencioso da aranha que tece sua armadilha fatal. Silencio, silencio, silencio
que mata, que fere, vagarosamente entre tantos ruídos que se faz da poluição
sonora produzida por uma raça descuidada.
Dói, dói dor dentro de mim, rasga
o silencio de minha embriagada mente. Dói, mas dói forte, seja forte, mais
forte que eu, faça parar de bater esse meu coração descuidado, este
coração estúpido que não sabe amar. Dói dor maldita e amada, que me faz sentir
vivo desejando a morte, que venha a morte, mas que venha só depois de me deixar
viver esse amor doido inventado por este meu coração estúpido.
Silencio... Navalha afiada
rasgando-me a carne... Mais para esquerda, ai, isso, assim... Não, agora não,
espera meu amor chegar. Quero que veja minha boca vermelha, quero ver o
desespero em seus olhos ao ver os meus fechando enquanto beija minha boca
sangrando e este meu coração estúpido parando de bater.
Dor, que dói, doendo de mais,
coração que bate, bate disrritimado.
Parando, quase...
Parou...
Silencio...
Sem dor,
Sem dor,
Sem dor, sem dor,
Sem dor, sem dor, sem dor,
Sem dor, sem dor,
Sem dor...
Hannaell Mendes
24/05/2013 – 16h32min