Se
eu pudesse neste momento girar 180º e retornar mesmo que lentamente desconstruindo
tudo até algum ponto confortável no passado. Mesmo que esse ponto longínquo fosse
o útero materno, poder respirar fundo girar novamente mais 180º e começar a
construir tudo novamente, é o que eu faria.
Antes
de aprender a falar pudesse escolher a primeira frase a dizer, escolheria estas
duas bem parecidas: “Eu amo você mamãe” “Eu amo você papai”.
Eis
ai que surgiria o meu primeiro dilema, qual seqüência pronunciá-las?
Certamente
esperaria a oportunidade de tê-los juntos durante um banho ou uma troca de
fraudas(sei
lá alguma coisa que os pais costumam fazer juntos com seus bebês), compartilhando a criação, então fitari-os nos olhos e diria: “Eu amo vocês”.
Concretizando este feito estou certo que daí em diante estaria livre para
reconstruir tudo que houvera construído de forma tão frágil e agraciado com a
oportunidade única de desconstrução para uma nova construção. Faria tudo com
mais esmero e atenção.
Seria
muito mais filho,
muito
mais irmão,muito mais neto,
muito mais sobrinho,
muito mais primo,
muito mais amigo,
muito mais namorado,
muito mais noivo,
muito mais marido,
muito mais pai...
Certamente
eu esperaria mais para te encontrar, MEU
AMOR!
Certamente
eu não tentaria te convencer com palavras bonitas!Certamente eu não faria poesias para você!
Certamente eu não lhe mandaria flores!
Certamente eu não lhe daria um presente!
Certamente eu lhe roubaria os beijos, os abraços, o calor do seu corpo!
E lhe recompensaria com o mais puro e intenso prazer...
Pena!
Hoje só me resta perder-me nos dias fatídicos que restam, vendo de longe os seus sorrisos, sem ao menos decifrá-los. Se para mim ou se para zombar de mim.
Hannaell
Mendes
17/11/2012
– 13h11min
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